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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Filme da Semana: "The Last Exorcism" (análise)

3 comentários:

  1. Um filme de terror... mas que pouco assusta

    Foi com alguma expectativa que assisti ao "Último Exorcismo", uma vez que, não vou negar, gosto bastante deste tipo de filmes... Mas para quem vá a contar com muitas cenas "gore" e fortes à lá "Exorcista" original de 1973, pode correr o risco de ficar algo desapontado, uma vez que este filme não é propriamente desse tipo. De facto, "O Ùltimo Exorcismo" não é um filme puramente de terror, mas antes muito dramático... e se à primeira vista isso pode tirar valor ao filme, a verdade é que no pesados os prós e contras, este é um bom filme!
    A história centra-se na personagem central do filme, o Reverendo Cotton Marcus (Patrick Fabian). Um homem da igreja, que desde cedo por influência do pai, mostrou uma grande predisposição para falar para multidões, e cativar crentes, num mundo onde os há cada vez menos. Contudo, cedo nos apercebemos que o que Cotton faz, não é propriamente pela sua fé. Aliás, pode-se dizer desde cedo, que Cotton, pouca ou nenhuma fé tem naquilo que faz, encarando o seu modo de vida como uma espécie de prestador de serviços religiosos, dando, nas suas palavras, "aquilo que as pessoas querem acreditar" e "dizendo-lhes o que elas querem ouvir". E claro, há aqui no inicio do filme, muita desonestidade, pois Cotton de certa forma, leva a vida a extorquir dinheiro a pessoas inocentes que requerem os seus serviços pelas mais variadas razões (entre elas, exorcismos), e com todo tipo de artimanhas, Cotton, leva-as acreditar que estão realmente possuídas por algum mal, quando na verdade não o estão, e "cura-as". Há aqui uma clara crítica a estas práticas, que como todos nós sabemos, são absolutamente verdadeiras, já que há muitos espertalhões que se valem das fraquezas dos outros para lucrar com isso. Perante esta "crise de fé", onde o nosso próprio reverendo não acredita naquilo que faz, e para de certa forma expor, a farsa naquilo que faz, e a desonestidade com que vive, Cotton decide pegar numa reportér e num operador de câmara, e documentar, aquele se será o seu último "exorcismo", como forma de demonstrar a toda a comunidade de crentes a "fachada" em que acreditam e como vivem enganadas. Mas será mesmo assim?
    O acaso (ou talvez não) leva-o a uma pequena quinta no Lousiada, onde a jovem adolescente Nell (Ashley Bell) está supostamente possuída por um demónio. A julgar pelas estranhas ocorrências que por ali acontecem, como gado mutilado e cortado aos pedaços, e outros acontecimentos bizarros, de facto, algo de errado se passa.

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  2. Sem estragar a história, o filme é eficaz em levar-nos a duvidar se de facto Nell está possuída por uma força maligna, ou se tudo não está na sua cabeça, e são na realidade problemas mentais que aqui estão em jogo... Cabe a Marcus, descortinar esta hipótese, e só nos momentos finais do filme (que pode não agradar a todos) tirámos as dúvidas. Cotton Marcus está brilhante no seu papel, e apesar de toda a desonestidade em redor do que ele faz, a verdade é que simpatizámos com o homem, tanto mais que afinal, até ele quer revelar que toda esta história de exorcismos é uma fachada. Mas a sua transformação, de reverendo que perdeu a fé, para alguém que pode começar a acreditar que Nell possa estar possuída é notável.
    Nell, está também muito bem no seu papel... é uma menina adorável e com quem rapidamente sentimos empatia e de certa forma pena, pela sua trágica história familiar.
    O estilo de filmagem, não é novidade, já o vimos em filmes como "Blair Witch", "Cloverfield", "Rec" e "Paranormal Activity", mas ainda assim, a sensação de uma situação genuina e realista estão lá. Mas claro, a sensação de "já vi algo do género" também está lá!
    De resto, a tensão e suspense que o filme vai acumulando, faz-nos claro sentir pouco à vontade à medida que o filme avança, mas a verdade é que tirando uma ou outra cena mais chocante, a verdade é que não há nada aqui de muito aterrador! Mas todo o crédito tem de ir para Nell, cujos atributos físicos são levados ao limite... a moça coloca-se em posições que deus me livre são chocantes de ver! O restante leque de actores (o pai de Nell e irmão) são também bem interpretados, e as suas reacções a todos os acontecimentos bizarros que a sua filha atravessa são tocantes.
    Como disse no inicio, o filme tem um sentido muito mais dramático, do que propriamente terror para chocar o espectador. A ajudar a isto (ou não, para quem contava mais terror), está o facto de, provavelmente escolha dos produtores do filme) de vermos as coisas depois de elas acontecerem! Ou seja, vemos coisas bizarras supostamente feitas pela possuída Nell, mas nunca a vemos efectivamente a fazer seja o que for, à excepção duma outra cena, o que tira de certa forma, impacto às cenas.
    Há também algumas partes da narrativa que são algo forçadas, e mal explicadas, e bem o final, para bem e para o mal, pode desiludir.
    Em conclusão, "O Último Exorcismo", está longe de ser perfeito, e não é de todo, um filme de terror puro e duro, como outros do género. Mas as interpretações das personagens, o facto de abordar este tema de "falsos" curadores que extorquem dinheiro a quem está desesperado, merece sem dúvida uma visita aos cinemas!
    Leva assim um 3/5!

    O melhor:
    - os actores; a abordagem crítica à religião em que alguns acreditam; o terror psicológico; possível continuação?

    O pior:
    - as poucas cenas de terror puro e duro que um filme destes exige; o vermos certos acontecimentos, depois deles acontecerem de facto; o final, que pode não agradar a todos.

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  3. Bem, tinha aqui como prioridade, já esta retirado então... Dramático? lol

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