Caso raro de amnésia faz mulher de 32 anos acordar pensando ter 15
Um raro tipo de amnésia fez Naomi Jacobs esquecer os últimos 17 anos de
sua vida. Ela acordou num certo dia de 2008 como se tivesse 15 anos de
idade. Não reconhecia as rugas no espelho nem o filho de 11 anos. Não
sabia o que era internet e um telefone celular.
“Era como se eu tivesse dormido em 1992 como uma garota atrevida e
auto-confiante de 15 anos e acordado como uma mãe solteira de 32 anos”,
disse. “Quando acordei, olhei no espelho e tive o maior susto quando vi
uma mulher com rugas me encarando”.
“Não foi engraçado como Michael J. Fox em “De volta para o Futuro”. Eu
havia adormecido num mundo de infinitas possibilidades e acordado num
pesadelo.”
Os médicos disseram que Naomi tinha estado sob tanto stress que parte
de seu cérebro simplesmente fechou, apagando as memórias da maior parte
de sua vida.
“Dizer que eu fiquei petrificada é um eufemismo. Eu só queria minha
mãe. Não conseguia entender ir para a cama numa noite e acordar em outro
século. (...) Nos primeiros meses, tentava desesperadamente encontrar
um sentido na vida. À noite, ficava acordada chorando, desejando estar
de volta à escola, quando todas as minhas preocupações eram sobre
garotos por quem eu tinha quedas e ser flagrada bebendo no parque.”",
relatou.
'Não me lembrava de ter dado à luz'
Naomi recebeu o diagnóstico de Amnésia Global Transitória, um tipo de perda de memória ocasionada por stress.
A parte da memória referente a fatos havia sido “desligada”
completamente, o que significava que ela havia perdido todas as
lembranças emocionais. No entanto, a parte semântica estava intacta, e
ela era capaz de se lembrar de coisas como dirigir e usar telefones.
A perda era tamanha que ela não reconheceu o filho de 11 anos e começou
a gritar. “Eu não sabia quem ele era. Não achava que ele era muito mais
novo que eu, e certamente eu não me lembrava de ter dado à luz a ele.
Comecei a chorar incontrolavelmente”.
Ela ficou confusa com a internet e com as redes sociais. Não sabia como
usar um telefone celular nem o e-mail. “'Facebook, Google e o YouTube
pareciam coisas completamente inventadas. A primeira vez que vi meu
Filho Leo jogando seu Xbox e interagindo com a TV fiquei tão chocada que
cuspi meu chá”, contou.
Diários e jornais
Naomi foi orientada a não ler jornais ou se forçar a lembrar de
qualquer coisa para não causar mais stress ao cérebro, mas decidiu
recorrer a diários que havia escrito e a jornais para tentar reunir
partes de sua memória.
Assim que as lembranças foram voltando, ela teve que aceitar o rumo que sua vida havia tomado.
“Aos 15 anos, eu pensava que teria conquistado metade do planeta aos
32. Foi um choque descobrir que eu era apenas uma mãe solteira comum que
vivia em Manchester e dirigia um velho Fiat Brava. (...) Usei meus
diários para questionar as decisões que havia tomado na vida – por que
eu estudei psicologia, por que era uma mãe solteira – e isso me ajudou a
entender e a lembrar”.
Aos poucos, flashes de memória começaram a voltar por alguns segundos.
Primeiro, ela tinha lembranças recentes. Depois, as lembranças mais
antigas foram voltando.
Naomi contou com a ajuda do melhor amigo e da irmã, que lhe explicaram
fatos da vida atual como a guerra ao terror e os ataques às Torres
Gêmeas nos Estados Unidos.
“Apesar de ter sido traumático, agora estou grata por ter sido jogada
para frente através do tempo. (...) Fui capaz de seguir meu sonho de
infância e me tornar uma escritora – e estou atualmente escrevendo a
minha história.”
“Levou três anos de trabalho duro para juntar a maior parte de minha
memória de novo. Isso me ajuda a prezar tudo que eu tenho.”
bem realmente deve ser muito chato "perder" assim tantos anos de vida! a mente humana é uma autêntica caixinha de surpresas e aqui está mais uma! felizmente a mulher lá superou o trauma! e não percebi aquela... então viu o miúdo a jogar Xbox e cuspiu no chã?! que porca pá!
ResponderEliminarLol.. Pois é! Mas enfim, realmente é mais uma daquelas doenças ou problemas que o homem, mesmo sendo raro, tem... E fica aqui a história para nosso conhecimento e para se calhar pensarmos um pouco sobre: 'e se fossemos nós?'
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