Futebolista Loco Abreu tentou fazer chapéu ao Cristo Redentor

O avançado uruguaio Loco Abreu corre risco de ser processado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro por tentar fazer um "chapéu" ao Cristo Redentor, na passada quinta-feira, enquanto gravava um anúncio para uma empresa aérea. 

 

foto Buda Mendes/Getty Images

Loco Abreu com a camisola do Botafogo

 

Estrela de uma campanha "insólita" da empresa aérea "Pluna", Loco Abreu subiu o morro do Corcovado com o objectivo de "fintar" o Cristo Redentori. O futebolista do Botafogo e a agência de publicidade esqueceram-se, porém, de pedir autorização à Arquidiocese do Rio de Janeiro, que administra o monumento.
Após o terceiro remate para tentar encobrir o Cristo, a gravação foi interrompida por um guarda municipal e um funcionário do instituto responsável pela Floresta da Tijuca, onde fica o morro do Corcovado e a estátua. Sem autorização, Loco Abreu e os funcionários da agência tiveram de retirar-se do local.
O Reitor do Santuário do Cristo, padre Omar Raposo, tomou conhecimento do assunto no relatório diário que recebe. "Fui informado que o jogador esteve lá chutando as bolas e que ele queria encobrir a imagem, passar a bola por cima. Mas, não conseguiu porque os seguranças do parque pediram para ele parar. Os turistas não gostaram e vaiaram", disse o padre ao portal "Terra".

"É um absurdo. A questão já sai do âmbito popular e jornalístico para o âmbito jurídico. É grave. Eu nunca tinha visto um caso desse, é inédito", acrescentou.
O padre enviou, esta terça-feira, um relatório ao departamento jurídico da Arquidiocese, que vai avaliar se moverá um processo contra o jogador, a agência e a companhia aérea.
Em comunicado, o director da empresa uruguaia, Jorge Pluna, pediu desculpas à Arquidiocese do Rio de Janeiro. A "Pluna" informou que a filmagem fazia parte de uma campanha que visava apanhar o atleta em situações inusitadas.

O assessor do avançado uruguaio, citado pelo jornal "Folha de S. Paulo", disse considerar "inacreditável" a Arquidiocese do Rio de Janeiro pensar em processar o atleta do Botafogo.
"Não tem como acharem que alguém que tem tantas manifestações católicas vai desrespeitar o Cristo. O Loco Abreu foi só um personagem da filmagem da agência", disse o assessor Flávio Dias ao portal "Terra".
"A agência é que teria de responder. A intenção era apenas fazer a integração de dois países, Brasil e Uruguai", acrescentou.