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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Filme da Semana: 'Life of Pi - A Vida de Pi' (análise)







Ficha Técnica:
Elenco / Créditos

Com: Irrfan Khan, Suraj Sharma, Gérard Depardieu, Tabu, Adil Hussain e Rafe Spall
Realizado por: Ang Lee
Argumento: David Magee
Produção: Ang Lee
Género: Aventura / Drama
Data Estreia: 20 Dezembro  de 2012
Distribuidores: Fox Pictures / Haishang Films
Duração: 127 min / 2h07min.

3 comentários:

  1. A história de uma vida…

    Filmes sobre o instinto de sobrevivência em que ocorrem situações desesperantes e nos vemos colocados em situações limite, dão origem geralmente, a poderosos filmes, levando o ser-humano a exceder-se e a fazer o impensável para conseguir ultrapassar as mais inacreditáveis e terríveis provações.
    Filmes como ‘Cast Away’ com Tom Hanks ou, mais recentemente, ‘127 Horas’ com James Franco são bons exemplos disso!
    Este ano a fantástica história de sobrevivência (ficcionada) passa-se em pleno oceano Pacífico e com dois muito improváveis intervenientes: um jovem em busca ainda de um sentido para a sua vida e um tigre de cativeiro! Juntos irão ser colocados numa tremenda prova de fogo.
    Chega assim aos cinemas ‘Life of Pi – A Vida de Pi’ um filme tocante, emotivo e certamente um dos mais belos do ano!
    Nesta espectacular história de vida acompanhámos Piscine Patel / Pi (Suraj Sharma) – há um trocadilho com o nome logo nos momentos iniciais – em plena idade adulta a contar em retrospectiva, toda a sua vida e a inacreditável jornada que anos antes havia passado.
    O seu ouvinte é um escritor (Rafe Spall) numa espécie de crise criativa e em busca de uma história inspiradora para o seu próximo livro… e claro Pi, tem a história perfeita para contar!
    Nascido no seio de uma família de parcos recursos, na Índia, desde cedo o jovem Pi demonstrou um profundo interesse pela religião, (ou melhor por três religiões diferentes) procurando encontrar nelas um propósito e sentido de vida.
    Por momentos as coisas pareciam bem para Pi e a sua família (Pai, Mãe e Irmão) convertendo a sua vasta propriedade num Jardim Zoológico.
    Infelizmente anos mais tarde as coisas pioram e Pi e a família decidem que está na altura de procurar um novo começo e embarcam numa longa viagem marítima para o Canadá, deixando a sua terra-natal para trás.
    Mas o destino tinha outros planos para Pi e quando uma tempestade massiva atinge o cargueiro em que viajavam numa espectacular sequência de tirar o fôlego, Pi acaba por perder toda a sua família num terrível desastre, tornando-se o único sobrevivente.
    Quis o destino que Pi não enfrentasse o que estava para vir sozinho, e a bordo do pequeno bote em que o jovem iria passar semanas a fio à deriva, encontra-se a outra “personagem” deste filme, “Richard Parker” o Tigre de Bengala que Pi tem agora como companhia.
    Juntos, terão uma prova de fogo, num filme que tem também uma forte componente religiosa e espiritual, ainda que nem sempre da forma mais clara.
    Estão lançadas as condições para o que é um dos mais belos e comoventes filmes deste ano, e no entanto, quando considerados os prós e os contras, muita coisa podia ter corrido mal neste filme!
    Um actor totalmente inexperiente, num cenário desolador onde grande parte do filme decorre a interagir com animais “fabricados” em efeitos especiais, já para não falar na ideia pré-concebida de que o livro que está na origem desta adaptação, tinha o rótulo de impossível de ser transformado num filme.
    No entanto, no final de contas tudo isso é renegado para segundo plano e o realizador Ang Lee tornou este filme numa experiência cinematográfica como poucos conseguem.

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  2. Claro que nem só da realização sobrevive um filme e felizmente a escolha deste jovem indiano inexperiente é um verdadeiro achado! Passando grande parte do filme na companhia de apenas uma personagem, era essencial que criássemos aquela empatia necessária ou então tudo pareceria artificial! O jovem actor apresenta um notável à vontade em frente às câmaras e quase nos custa acreditar que nunca antes havia entrado sequer num anúncio de televisão, quanto mais num filme! Num papel exigente a nível físico, técnico e emocional e perante uma tarefa gigantesca o jovem Pi é uma força da natureza! Um papel absolutamente brilhante, tanto mais que o sucesso deste filme depende praticamente do único actor em cena mas que nos consegue deixar de lágrimas nos olhos em certas partes! O mesmo se pode dizer das versões de Pi em criança e em adulto. Ambos os actores são também muito bem representados transmitindo na perfeição todas as emoções necessárias aos seus papéis bem como o restante leque de actores, em especial os pais de Pi.
    É impossível falar deste filme e não abordar o que é, em última análise, praticamente uma outra personagem e sem o qual este filme simplesmente não teria funcionado, ‘Richard Parker’, o tigre. Servindo nas palavras de Pi, como “um propósito” durante a sua jornada no mar, o tigre funciona como uma âncora, uma ligação de Pi ao mundo e uma forma de o lembrar a não perder a esperança! São na verdade a força motriz deste filme e um sem o outro não sobreviveriam.
    Do ponto de vista técnico, ‘A Vida de Pi’ é um feito do cinema!
    Carregado de efeitos em computador, esses efeitos servem aqui não como factor de distracção, como normalmente acontece, mas para dar uma maior sensação de realismo servindo como factor de ligação à história em si.
    O “fabricado” tigre é quase um milagre da tecnologia e se não soubéssemos que aquele tigre é na verdade um “boneco” animado, quase jurávamos que seria verdadeiro dado o nível de perfeição! Um trabalho simplesmente magnífico, não só para o tigre mas para os outros animais também! E já agora os fantásticos cenários de uma beleza indescritível!
    O mesmo se pode dizer dos efeitos em 3D, aqui muito bem conseguidos e que em certas cenas nos envolvem verdadeiramente, transportando-nos quase para junto de Pi e do seu tigre.
    Tudo junto, e está aqui sem dúvida um dos grandes filmes do ano.
    Em derradeira análise ‘A Vida de Pi’ falha um pouco na abordagem das suas convicções religiosas, mas isso não é suficiente para tirar mérito a um filme profundamente humano e que no meio de tantas coisas sérias e tristes arranja ainda lugar para algum humor muito leve.
    Portanto, tudo dito, façam um favor a vós próprios e vejam este filme quanto antes!
    Uma fantástica lição de vida que nos prova que ainda há filmes capazes de nos marcar!
    Este é um deles!
    Leva um 4.5, Excelente / Perfeito!

    O melhor:
    - Um dos mais belos filmes do ano; fantástico trabalho dos actores, em especial do jovem Pi; visualmente, é uma pequena maravilha; a verdadeira magia do cinema está em filmes destes.

    O pior:
    - As questões religiosas e espirituais ficam algo “esquecidas”; uns minutinhos a menos ajudavam um pouco.

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  3. Não vi, não sei mas parece me um filme chato e dramatico mas pelo que tu dizes até pode ser que me engane!

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