Número total de visualizações de páginas

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Filme da Semana: 'Black Swan - Cisne Negro' (análise)














Ficha Técnica:
Elenco / Créditos

Com: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel e Winona Ryder,
Realizado por: Darren Aronofsky
Argumento: Mark Heyman / Andres Heins
Produção: Scott Franklin
Género: Drama / Romance / Thriller
Data Estreia: 03 Fevereiro 2011
Distribuidores: 20th Century Fox / Fox Searchlight Pictures

3 comentários:

  1. O lado negro da mente…
    Uma visão inquietante, assustadora e com consequências devastadoras nesta viagem pela mente humana são os ingredientes do perturbador novo filme do realizador Darren Aronofsky, cujo último trabalho passou por outro excelente filme tendo relançado a carreira de Mickey Rourke em, ‘The Wrestler’. As semelhanças são até algo evidentes, uma vez que também aqui em ‘Black Swan’ – ‘Cisne Negro’ acompanhámos o desespero sentido pela protagonista na sua busca incessante pela perfeição, que em última análise, a acaba por destruir e as exigências físicas e emocionais do seu trabalho! Só que aqui em ‘Cisne Negro’, os ringues de wrestling são substituídos pelos estúdios espelhados da Companhia de bailado de Nova Iorque e a protagonista é uma bailarina.
    A história gira em torno de Nina Sayers (Natalie Portman), uma ambiciosa e talentosa bailarina numa busca desesperada pela sua afirmação como artista e cuja oportunidade se apresenta quando a companhia onde trabalha arduamente todos os dias procura uma “rainha” para a sua nova versão do bailado “O Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky. Toda a vida de Nina foi dedicada à dança e a sua subtileza, fragilidade e inocência fazem-na perfeita para interpretar o ‘cisne branco’ da peça… mas esses mesmos atributos não são exactamente os necessários para interpretar o maléfico oposto ‘cisne negro’ e Nina pode não ter o que é preciso para actuar em ambos os papeis… Ciente deste facto, o director artístico da Companhia, Thomas (Vicent Cassel) é brilhante e exigente (em demasia) e começa a exercer uma enorme pressão sobre Nina para que esta se liberte e deixe vir ao de cima o seu lado mais sombrio e sensual, necessário para retratar correctamente o ‘cisne negro’. Os assédios e avanços violentos contra Nina vão crescendo de tom, inclusive uma forte carga sexual que leva a frágil Nina ao limite… Mas claramente se percebe que Nina está a lutar contra algo que não é a sua forma natural de estar e a sua obsessão pelo papel e a busca incessante pela perfeição que se inicia, leva a que a doce e inocente Nina comece aos poucos a perder o sentido da realidade e passe por uma assustadora transformação, começando a ser vítima de terríveis alucinações que a consomem e destroem por dentro pondo em risco a sua própria sanidade mental. A situação complica-se ainda mais quando chega à Companhia a novata Lily (Mila Kunis), uma jovem atraente e sensual, que se pode considerar o oposto de Nina e cujas próprias pretensões poderão torná-la uma adversária para Nina. Culminando na grande noite de estreia da peça, ‘Cisne Negro’ é uma assustadora visão da loucura humana, recorrendo à luxúria, ao sexo, frustração e ciúme retratados na inocente Nina num pesadelo assustadoramente real, tão perigoso para Nina, como desconfortável de ver para nós, público!

    ResponderEliminar
  2. Filmado de forma exímia, os constantes planos da face de Nina, recorrendo a ambientes com pouca luz e o uso inteligente de espelhos, fazem vir ao de cima a dualidade de emoções e o conflito interior por que Nina está a passar. A juntar à fascinante filmagem e cenários interiores em tons de preto branco e cinzento que conferem ao filme o tom melancólico que tão bem retrata, junta-se uma fabulosa e inquietante banda-sonora, que nos envolve na trama, bem como os efeitos especiais e sonoros que tornam assustadoramente real todo o processo de auto-destruição de Nina. O restante elenco é também de qualidade, Thomas retratado aqui como quase um predador sexual, em grande parte responsável pelos devaneios de Nina; Mila Kunis como Lily, ainda que o seu papel seja algo ofuscado, deixa contudo uma forte presença no ecrã nas suas cenas, em especial numa em particular, que tem de ser vista para acreditar e retrata muito bem o oposto de Nina com toda a sua sensualidade e provocações inerentes; outro grande papel desempenhado pela mãe de Nina, Erica Sayers (Barbara Hershey), uma ex-bailarina que abdica da carreira pela filha, e que sem se aperceber, exerce também ela enorme pressão sobre Nina, para que esta triunfe onde a mãe falhou e uma protecção sufocante para com a filha e mais para a parte final do filme é inquietante ver a crescente degradação da relação entre as duas!
    Mas este é sem dúvida o filme de Natalie Portman e a sua prestação merece ser aplaudida de pé! E se realmente se confirmar a atribuição do Óscar, é sem dúvida merecido! A sua prestação como Nina é avassaladora, de uma beleza extrema e a genuidade e inocência que confere ao papel, com a crescente loucura que a vão destruindo são captados sumptuosamente na personagem, que se percebe ter exigido imenso da actriz, a começar pela sua extrema magreza! A mulher parece um esqueleto! O papel da carreira de Natalie Portman que se superou a si mesma sem dúvida! À primeira vista ‘Cisne Negro’ pode parecer um mero filme sobre ballet, mas isso é apenas o que está à superfície, no seu centro, temos um poderoso thriller psicológico com muito terror à mistura e cenas profundamente duras e macabras, que garantem toda a autenticidade num filme intenso e difícil de digerir que nos mostra até onde somos capazes de ir quando pressionados de todos os lados! Todo o filme é pautado pela busca incessante da perfeição e em última análise ‘Cisne Negro’ é exactamente assim, perfeito e não desilude! Pode não agradar a todos é verdade, mas há que reconhecer que é um filme de grande qualidade a que dificilmente ficaremos indiferentes! Cinema na sua forma mais pura! Vão vê-lo que não se arrependem! Como classificação atribuímos um 4.5, Excelente/Perfeito!

    O melhor:
    - Natalie Portman no papel da sua vida; banda sonora; restante elenco; o crescente tom inquietante do filme; o final avassalador!

    O pior:
    - algo demasiado parado em certas partes; podia ser mais curtinho um pouco...

    ResponderEliminar
  3. Bom, o filme parece ter enchido as medidas ao Cartirista... Não o vi, o tema não me apela, de certo que o verei, mas para já não é um filme que me "puxe" ainda para mais sabendo da história aqui bem apresentada pelo nosso amigo...

    ResponderEliminar