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domingo, 19 de junho de 2011
Filme da Semana: ´The Eagle - A Águia na Nona Legião' - (análise)
Ficha Técnica:
Elenco / Créditos
Com: Channing Tatum, Jamie Bell, Donald Sutherland e Tahar Rahim
Realizado por: Kevin Macdonald
Argumento: Jeremy Brock
Produção: Charles Moore / Tessa Ross / Miles Ketley
Género: Aventura / Drama
Data Estreia: 16 Junho de 2011
Distribuidores: Focus Features / Universal Pictures
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Uma águia de altos voos ou nem por isso?
ResponderEliminarDecorria o já distante ano de 2000 quando irrompeu nos cinemas um dos mais épicos e belos filmes históricos tendo Roma como pano de fundo… falo claro do grandioso ‘Gladiador’ de Ridley Scott, com Russel Crowe na liderança, filme que arrecadou vários Óscares na altura.
Volta e meia lá surgem alguns filmes que tentam “copiar” o sucesso de ‘Gladiador’ sem, no entanto, o conseguirem.
Apesar de não ser nenhuma obra-prima dentro do género, este ‘A Águia da Nona Legião’ é suficientemente bom, apesar de tudo, para nos manter investidos na história e conta ainda com uma dupla de actores principais de qualidade e outros factores que fazem deste filme uma agradável surpresa.
A história, inspirada numa obra para crianças com o mesmo título, da escritora Rosemary Stutcliff, gira em torno do misterioso desaparecimento de uma legião de soldados Romanos, na antiga região da Britânia. A trama não é novidade, uma vez que o ano passado, um outro filme, ‘Centurion’, partia exactamente da mesma premissa, mas apesar de partilharem histórias semelhantes, as adaptações são distintas, e este ‘The Eagle’ é claramente superior.
O “herói” desta história é Marcus Flavius Aquilla (Channing Tatum), que nos é dado a conhecer logo no início do filme, após tomar controlo de um forte Romano e da legião de soldados que aí montam guarda.
Ambicioso e determinado, Aquilla não colhe no entanto a simpatia dos demais homens uma vez que o nome da sua família está manchado pelos acontecimentos ocorridos 20 anos antes, quando o seu pai, líder na Nona Legião, marchou pela inóspita zona da Escócia, condenando os seus 5.000 soldados à morte às mãos dos povos bárbaros que ali se encontravam.
Tão grave quanto isto, foi a perda do estandarte e símbolo da Nona Legião, uma Águia Dourada.
Tal acontecimento envergonhou todo o império e retirou toda a honra ao responsável por tamanha vergonhosa acção, situação que foi sendo lembrada de geração em geração e que claro, afecta o jovem Aquilla, olhado de lado por todos o que o rodeiam, com desrespeito e desconfiança.
Mas Aquilla está empenhado numa jornada e determinado a restaurar o bom nome da sua família e com alguma sorte, encontrar a Águia perdida da Nona Legião e assim recuperar a glória perdida pela infeliz acção do seu pai.
A situação piora quando Aquilla é nomeado comandante das tropas estacionadas no forte, que não aceitam de bom grado um homem com a honra manchada para os liderar.
Rapidamente as coisas mudam, quando Aquilla mostra o seu valor como estratega militar ao liderar as suas tropas durante um ataque ao forte, uma das primeiras grandes sequências de acção do filme. Ao comprovar a sua eficácia como soldado e livrando os seus homens de uma morte certa às mãos de bárbaros Bretões, Aquilla passa a ser respeitado e aceite como líder. Infelizmente, ao mesmo tempo, uma grave ferida vale-lhe também uma menção honrosa pelos serviços prestados e dispensa dos seus serviços como militar.
Enviado para recuperar dos seus ferimentos junto de um tio, que também é meio figura paternal, (Donald Sutherland), Aquilla recusa-se veemente a aceitar a vida de resignação que o espera e continua determinado em seguir a sua causa de limpar o nome da sua família.
É neste período que conhecemos o outro protagonista, o jovem escravo bárbaro Esca (Jamie Bell), a quem Aquilla salva a vida, tornando-se Esca o seu leal e servente escravo.
ResponderEliminarEsta inesperada ligação entre os dois vai levá-los a vaguear pela desconhecida Escócia, para tentar recuperar a tão malfadada Águia e são as aventuras e provas de lealdade que a dupla vai enfrentar daqui por diante que vamos acompanhar o resto do filme.
De facto, a grande base de sustentação desta história e que contribui grandemente para que o filme funcione, é a intima relação que se estabelece entre dois naturais inimigos, mas a quem o destino permitiu que se juntassem numa invulgar aliança.
Apesar das diferenças entre ambos, o sentimento de respeito-mútuo que entre eles nasce, vai fortificando a sua relação e o que começou com um simples laço de senhor/escravo, termina numa bonita e verdadeira amizade.
Claro que para a relação funcionar, muito conta também o forte desempenho dos actores, e nesse departamento, nenhuma queixa apontar, já que ambos cumprem convincentemente os seus respectivos papéis.
Fantásticos estão ainda os cenários que funcionam como pano de fundo para contar esta história, filmada efectivamente nos locais, Hungria e Escócia, em paisagens naturais absolutamente belas e que dão ainda mais valor ao filme.
Bem recriados estão também todos os aspectos relacionados com a recriação da época, tanto do lado dos Romanos como do lado dos povos Bárbaros nativos da região.
A juntar a isto tudo estão momentos de maior tensão e cenas de maior acção também muito bem executadas que garantem que a história siga em frente sem grandes perdas de ritmo e paragens desnecessárias, ainda que claro, não contem com nenhuma surpresa ou reviravolta, é tudo preto no branco!
Concluindo, ‘A Águia da Nona Legião’ não nos apresenta nada que já não tenhamos tido oportunidade de ver anteriormente em filmes do género e até séries de TV; também não chega aos calcanhares do mítico ‘Gladiador’, que onze anos volvidos, ainda não teve adversário à altura no que ao género épico-histórico diz respeito, mas ‘The Eagle’ não pretende também ser comparável a ‘Gladiador’, tem o seu próprio encanto e pode-se sobretudo gabar de que dentro do que pretende ser como filme, consegue fazer praticamente tudo bem, sendo um filme extremamente equilibrado em todos os aspectos.
Por tudo isto, está aqui uma das boas surpresas deste ano e se são fãs do género histórico que envolva Romanos, então dêem uma oportunidade a esta “águia” de mostrar o que vale que certamente não se irão arrepender.
Leva um 4.0 e o selo de Bom/Aprovado!
O melhor:
- Sem dúvida a dupla de actores principais, que dão “vida” ao filme; as belas e quase poéticas paisagens naturais que suportam esta história; as fantásticas e bem executadas cenas de acção e a fiel recriação dos elementos e costumes da época;
O pior:
- Nada de especial assinalar, um filme muito equilibrado a todos os níveis.
Bem, apenas acho que sendo o filme histórico-épico, como diz e bem Carteirista, terei vontade em conhece lo... Acho que históricos puros, podem se tornar algo dramáticos, algo chato, mas que este terá mais acção e mais ritmo! Uma nota só, acho que nenhum filme nem todos os filmes do tempo dos Romanos, seja uma tentativa de copiar o "Gladiador". Na minha opinião, essa "formula" resulta, dentro dos parâmetros épicos/históricos e muitas das grandes batalhas, com interesse, vão sendo retratados! O que torna o Gladiador tão bom foi sua realização e claro, Crowe, mas não significa que não haja espaço para mais filmes do género, pois como disse, é uma "formula" que funciona e que uma boa parte dos entusiastas do bom cinema gosta de ver!
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