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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Nikola Tesla - "O Ciêntista Louco"

Por alguma razão, certos inventores geniais não tem sorte. Poucos sabem seus nomes. A humanidade os ignora. E nem por isso sua contribuição para facilitar nossa vida diária foi menos importante.

Por exemplo: quem inventou o motor elétrico de corrente alternada que equipa quase tudo o que se move em torno de nós? Quem inventou a lâmpada fluorescente? E o controle remoto, este pequeno aparelho que nos poupa tantas viagens da poltrona à televisão? E o radar, quem foi seu descobridor? Os raios-x, quem os descobriu?Quem teria sido o primeiro a idealizar um sistema para obter energia elétrica a partir da luz solar? E quem teria inventado o sistema de ignição elétrica que permite dar a partida nos motores a explosão, que acionamos sem pensar toda vez que ligamos nosso carro?

Todos estes inventos são importantes para nossa vida diária. Os usamos rotineiramente. Fazem parte das atividades humanas mais elementares. Mas quem sabe quem os inventou? Nicola Tesla!

Nicola Tesla foi um homem que morreu em New York, NY, EUA, aos 87 anos, sozinho, em um pequeno apartamento do New Yorker Hotel em janeiro de 1943. Já morava ali há dez anos e era bem conhecido da equipe do hotel. Sobretudo de uma camareira que, sentindo falta dele após passar três dias sem vê-lo, abriu a porta do apartamento e encontrou seu corpo sem vida sentado em uma poltrona.

Na ocasião de sua morte, Tesla era tido pela sociedade americana como o estereótipo do “cientista louco”. Tanto assim que alguns anos antes um dos desenhos animados de grande sucesso na época relatava a luta do Super-Homem contra um gênio do mal que pretendia destruir Nova Iorque com um “raio da morte”. Parte deste desenho é mostrado no documentário “The mad electricity” produzido pela Modern Marvels para o History Channel sobre a vida de Nicola Tesla. A imagem do cientista louco do desenho animado guarda uma notável semelhança com a figura esguia e peculiar de Tesla.

Parte desta fama de louco deve-se ao fato de Tesla haver sofrido da enfermidade que hoje a medicina chama de “Transtorno Obsessivo Compulsivo”, ou TOC.

Tesla tinha compulsão pelo número três. Repetia tudo três vezes. Todas as ações repetitivas que ele executava tinham que ser feitas três vezes ou um múltiplo de três. Quando falhava, recomeçava do início e assim continuava até chegar ao ponto que ele considerasse satisfatório ainda que isso consumisse algumas horas. O número do apartamento em que viveu seus últimos anos e onde morreu era 3327, múltiplo exato de três, e situado no 33º andar. Vivia sozinho, mas as camareiras eram instruídas para fornecer sempre três (ou um de seus múltiplos) exemplares de tudo o que levavam para o apartamento: três pratos, três toalhas, três copos e assim por diante. O pão que lhe era servido tinha que ser cortado em nove fatias.

Tinha aversão profunda a mulheres de orelhas perfuradas, jóias de qualquer espécie e objetos redondos. Costumava dizer que quando via uma mulher com um brinco de pérola pendente de sua orelha furada sentia a mesma aflição que nós, considerados normais, sentimos quando se deixa escorregar as unhas por um quadro-negro.

Tesla não tocava nos cabelos de outras pessoas. Tinha uma profunda aversão a isso. Além de desenvolver um pavor doentio por germens. Procurava livrar-se deles lavando as mãos compulsiva e freqüentemente com água e sabão abundantes.

Apesar disso era obcecado por pombos. Recolhia pombos feridos no Central Park e levava-os para seu apartamento para tratar deles. Havia, em particular, uma pomba branca com asas raiadas que, segundo ele acreditava, guardava sua criatividade. Quando o animal morreu, Tesla ficou terrivelmente abalado.

Além de tudo isto, a forma que costumava usar para comunicar suas descobertas e invenções quando ainda no auge da fama ajudou bastante a reforçar a imagem de cientista louco. Costumava convocar a imprensa para entrevistas coletivas onde anunciava espalhafatosamente seus feitos, muitas vezes com demonstrações exóticas como aparecer com uma lâmpada fluorescente acesa em suas mãos nuas (a energia era transmitida à lâmpada pelo campo eletromagnético gerado por uma de suas invenções usada até hoje, a “bobina de Tesla”). Certa feita declarou em entrevista coletiva que recebia mensagens do espaço exterior, o que causou notável comoção e escândalo (estas mensagens nada mais eram que as mesmas radiações hoje captadas pelos radiotelescópios e que Tesla recebia durante seus experimentos com radiotransmissões).

Além de tudo isto, Nicola Tesla era um visionário. Sua mente pairava muito acima e adiante de seu tempo. Manifestou, há mais de cem anos, quando o consumo de combustíveis retirados de recursos não renováveis como carvão mineral e petróleo ainda era desprezível, sua preocupação com o risco de que eles se esgotassem. Preocupação que somente veio a ser compreendida um século mais tarde e hoje ocupa as páginas de todos os jornais propagando o uso dos biocombustíveis e recursos renováveis.

Tesla era desapegado ao dinheiro e luxo: em uma ocasião, para não prejudicar um amigo, rasgou um contrato que lhe garantiria o pagamento de, literalmente, bilhões de dólares americanos em royalties (voltaremos a este feito extraordinário mais adiante). E sua maior ambição era acabar com as guerras, objetivo que perseguia com algumas de suas invenções e assunto central de muitas de suas entrevistas (nascido na Europa, viveu nos EUA durante a primeira grande guerra e faleceu antes de terminar a segunda).

3 comentários:

  1. bem muito importante esta mini-biografia deste famoso cientista que bem pelos vistos tanto tinha de génio como de louco. ainda assim, é uma figura importante a quem muito devemos porque realmente muitas das comodidades e invenções dos nossos dias devem-se a este senhor...

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  2. Muitas das pessoas mais inteligentes da nossa história, se calhar por puxar muito pelo cérebro, ficam malucos! eh eh eh. Mas neste caso, não só temos uma das pessoas mais importantes da nossa historia, na qual não lhe damos muita importância, como temos, se calhar, o pai do "Cientista Louco", tantas vezes ilustrado em filmes e livros...

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  3. Foi muito instrutivo ler esta biografia deste cientista..Não deixei de reparar,que apesar de ser chamado de cientista louco e de ter as suas manias,não deixa de ser um ser humano com excelentes qualidades...Achei interessante a ultima parte,quando se diz,que ele era despegado ao dinheiro,e para não prejudicar um amigo rasgou um contrato de fortuna...para alem disso mostra que a sua ambiçao era de facto acabar com as guerras..Em suma,o homenzinho até podia ser chamado de louco e extravagante mas também não podemos negar que era inteligente e principalmente Humano..

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