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Os Protocolos dos Sábios de Sião ou
Os Protocolos de Sião 1 (
russo:"Протоколы Сионских мудрецов" ou "Сионские Протоколы"), é um texto surgido, originalmente, em idioma russo, relatado em
1897 pela
Okhrana (polícia secreta do
Czar Nicolau II), que supostamente descrevia um projeto de conspiração para que os
judeus atingissem a "dominação mundial". O texto foi traduzido do original para vários idiomas.
Segundo os historiadores, o seu propósito era político: reforçar a posição do
Czar Nicolau II da Rússia, apresentando alguns de seus oponentes como aliados de uma gigantesca conspiração para a conquista do mundo.
O texto tem o formato de uma ata, que teria sido redigida por uma
pessoa num Congresso realizado a portas fechadas, numa assembleia em
Basileia, no ano de
1898, onde um grupo de sábios
judeus e
maçons
teriam-se reunido para estruturar um esquema de dominação mundial.
Nesse evento, teriam sido formulados planos como os de usar uma
nação europeia como exemplo para as demais que ousassem se interpor no caminho dessa dominação, controlar o
ouro e as
pedras preciosas, criar uma moeda amplamente aceita que estivesse sob seu controle, confundir os "não-escolhidos" com
números
econômicos e físicos e, principalmente, criar caos e pânico tamanhos
que fossem capazes de fazer com que os países criassem uma organização
supranacional capaz de interferir em países rebeldes.
Numerosas investigações repetidamente provaram tratar-se de um
embuste, especialmente uma série de artigos do
The Times of London, de
16 a
18 de agosto de
1921,
2 , o que leva a crer que muito do material utilizado no texto era
plágio de
Serge Nilus ou
Serguei Nilus de
sátiras políticas existentes (principalmente do livro "
O diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu", do escritor
Maurice Joly, publicado em
1865), que não tematizavam a questão
antissemita. Em 1920,
Lucien Wolf publicara "The Jewish Bogey and the Forged
Protocols of the Learned Elders of Zion" (London: Press Committee of the
Jewish Board of Deputies.
Segundo estas investigações, a base da história dos Protocolos, como
circula desde então, foi criada por um novelista alemão antissemita,
chamado
Hermann Goedsche que usou o pseudônimo de Sir
John Retcliffe.
A contribuição original de Goedsche consistiria na introdução dos
judeus como os conspiradores para a conquista do mundo. O jornal
The New York Times republicou os textos, a
4 de Setembro de 1921
3
Os Protocolos foram publicados nos EUA no Dearborn Independent, um jornal de Michigan, cujo proprietário era
Henry Ford, que ao mesmo tempo publicaria uma série de artigos coligidos mais tarde num livro intitulado
O Judeu Internacional. Mesmo após as denúncias, por parte de toda a imprensa, de fraude, o jornal continuou a citar o documento.
Adolf Hitler
e seu Ministério da Propaganda citaram os Protocolos para justificar a
necessidade do extermínio de judeus mais de 10 anos antes da Segunda
Guerra Mundial. Segundo a retórica nazista, a "conquista do mundo pelos
judeus", descoberta pelos russos em 1897, estava obviamente sendo ainda
levada a cabo 33 anos depois.
Em
1931,
Anton Idovsky, um velho e desencantado monarquista, disse ter forjado os
Protocolos,
simplesmente porque um judeu, gerente de um banco, lhe havia recusado
um empréstimo. Idovsky afirmou ter copiado as ideias centrais do livro
de Joly.
A história teria-se encerrado aí, caso, dois anos mais tarde, em
1933,
Adolf Hitler não tivesse subido ao poder, na Alemanha, uma vez que foi esta obra que os
nazistas utilizaram, perante o meio intelectual alemão, para justificar a postura antissemita então pretendida de ser adotada pelo
Terceiro Reich alemão.
A utilização dos Protocolos por Hitler pode ser vista nesta tradução
do Mein Kampf (1925-1926), capítulo XI, Nação e Raça: "… até que ponto
toda a existência desse povo é baseada em uma mentira continuada
incomparavelmente exposta nos Protocolos dos Sábios de Sião, tão
infinitamente odiado pelos judeus. Eles são baseados num documento
forjado, como clama o jornal
Frankfurter Zeitung
toda semana: é a melhor prova de que eles são autênticos. O que muitos
judeus fazem inconscientemente, aqui é exposto de forma consciente. E é
isso o que importa. É completamente indiferente de qual cérebro judeu
essa revelação se originou; o importante é que, com uma certeza positiva
e terrível, eles revelam a natureza do povo judeu e expõem seus
contextos internos bem como seus objetivos finais. Todavia, a melhor
crítica aplicada a eles é a realidade. Qualquer um que examine o
desenvolvimento histórico dos últimos 100 anos, do ponto de vista deste
livro, vai entender de uma vez os gritos da imprensa judaica. Agora que
este livro se tornou uma propriedade do povo, a ameaça judaica é
considerada como interrompida (pgs 307-308)"
León Poliakov, aponta que tal texto é uma falsificação da polícia secreta do Czar
Nicolau II da Rússia, sendo seu mais "duradouro legado intelectual".
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Will Eisner (1917-2005), filho de imigrantes judeus-americanos, conhecia desde pequeno a história do panfleto
Protocolos dos sábios de Sião:
"por bastante tempo o releguei à biblioteca da literatura perversa, ao lado do Mein Kampf (Minha luta, de Hitler)" escreveu na apresentação do seu livro, que também ilustrou,
O complô (Companhia das Letras), sobre a história secreta dos
Protocolos. Na introdução, o escritor e acadêmico italiano
Umberto Eco se pergunta como tal livro resiste às provas de que é falso. E responde:
"Não
são os Protocolos que geram antissemitismo; é a profunda necessidade
das pessoas de isolarem um inimigo, que as leva a acreditar nos
Protocolos".6