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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Filme da Semana: "Tron: O Legado" (análise)













3 comentários:

  1. A Rede ganha vida...

    Esta semana a grande estreia é sem dúvida 'Tron: O Legado', a continuação do longínquo original de 1982 'Tron' dos estúdios da Walt Disney, e que para a época em que o acesso a computadores estava longe de ser globalizado como hoje, 'Tron' tornou-se rapidamente num daqueles clássicos do cinema. Apresentava um conceito bastante evoluído em termos de história e foi pioneiro no uso de cenários simulados em computador onde foram depois inseridos actores num mundo completamente virtual. Se bem que para os parâmetros de hoje o filme esteja totalmente ultrapassado e aqueles quase bonequinhos animados com a cara dos actores estampada nos pareça quase ridículo, o filme original de 82 foi uma verdadeira revolução em termos cinematográficos por ter sido feito de uma maneira totalmente inovadora para a época! Os tempos mudaram, as técnicas evoluíram mas a verdade é que, ainda que se possa entrar nesta continuação de rompante, impõem-se quase como obrigatório uma prévia visualização do filme original, quanto mais não seja para nos familiarizar-mos com os conceitos abordados, uma vez que o filme lida com ideias bastante complexas e que se podem tornar devera confusas por vezes.
    Esta condição é tanto mais válida na medida em que 'Tron: Legacy' não é um remake do filme original mas antes uma continuação! Numa época cheia de reboots e remakes de sagas e filmes por vezes desnecessária e que até quase sempre ficam aquém das expectativas, neste caso quase sucede o contrário e apetece dizer que a Walt Disney não perdia nada se tivesse optado antes por ter feito uma adaptação aos tempos modernos do filme original, e depois como continuação, lançar esta parte 2, seria seguramente uma aposta ganha e funcionaria muito melhor em termos de história para um filme com quase 30 anos que só agora teve direito a uma continuação. E com que se prende a história? Em termos gerais, e sem querer revelar em demasia, no original de 82 a nossa personagem principal, Kevin Flynn (Jeff Bridges) é um brilhante engenheiro/programador de videojogos, para a poderosa companhia de software Encom, que vê o seu trabalho ser roubado por Ed Dilinger, na altura interpretado pelo actor David Warner e que à custa desta traição colhe os louros pelo trabalho de Flynn e se torna Director da empresa em pouco tempo, enquanto Flynn é despedido e se vê na miséria, fazendo por ganhar a vida num velho salão de jogos. Contudo na busca pela verdade e tentando provar a traição de Dilinger, o experiente programador de software vê-se aprisionado no interior de uma das suas próprias criações um vasto mundo virtual onde vai ter de ultrapassar inúmeras dificuldades para conseguir libertar-se.
    Este novo filme começa pouco depois do desfecho do original e o nosso Kevin Flynn tem agora um filho, Sam Flynn (Garret Hedlund) que ouve do pai as histórias das suas aventuras no mundo virtual, sem imaginar que eram verdadeiras! Flynn torna-se dono da gigante Encom e continua o seu trabalho, aperfeiçoando-o, corrigindo-o, e chegámos assim ao que no filme é chamado de A Rede, um imenso mundo virtual criado de raiz totalmente revolucionário e repleto de potencialidades mas também inúmeros perigos.
    Mas neste processo, algo corre mal, quando Flynn misteriosamente desaparece sem deixar rasto. Passam anos com inúmeras especulações quanto ao paradeiro de Flynn e Sam torna-se num desinteressado herdeiro da gigante Encom, tomando acções contra a "sua" própria empresa entretanto nas mãos de accionistas tudo menos honestos. Sam está está algo à deriva no mundo, até que uma súbita visita de um velho amigo e parceiro do seu pai, o actor Bruxe Boxleitner (interpretando a sua personagem do original (Alan Bradley) surge com novas informações quanto ao seu desaparecimento e rapidamente Sam se vê também ele a encontrar A Rede. Será neste mundo virtual da Rede que Sam vai descobrir toda a verdade sobre o pai e claro, fazer o papel de herói e salvar o mundo de uma terrível ameaça.

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  2. Contar mais seria inapropriado e para descobrirem como e porquê desapareceu Flynn, têm mesmo de ver o filme. Tentar explicar também os complexos conceitos que o filme aborda é também difícil, mas digamos que Tron tem ramificações com outros filmes semelhantes, sendo o mais evidente a Trilogia Matrix, mas também da saga do Exterminador Implacável e até 'Star Wars', no eterno confronto de Homem/Máquina/Tecnologia. Sendo parte importante do filme claro, as verdadeiras potencialidades deste vasto mundo virtual e as suas consequências para o mundo real nunca são totalmente explicadas. Flynn bem faz um discurso sobre as repercussões da sua descoberta na Política, na Religião, na Medicina, na própria Humanidade, mas a verdade é que nunca nos é claramente explicado como e porquê essas repercussões se manifestam. Contudo, esta componente científica, não é todo a principal, a cerne da história é sem dúvida a relação entre Sam e o seu Pai, e a sua jornada em se reconciliarem depois de tantos anos afastados. A diferença é que esta jornada se passa num gigantesco mundo virtual! Pode parecer disparatado, mas a verdade é que funciona muito bem! Passando para as questões mais técnicas, 'Tron Legacy' é sem dúvida um festim para os sentidos e dos mais complexos filmes criados, em termos visuais! É impossível não ficar boquiaberto com o mundo digital aqui em uso, recorrendo à tecnologia de ponta em termos digitais, para nos deliciar com uma experiência verdadeiramente envolvente, que deixa a anos luz outros filmes. Não admirava nada se Tron ganhasse um óscar na categoria de Efeitos Especiais! As sequências de maior acção numa espécie de jogos de disputa na Rede, que como visto nos trailers do filme e mais uma vez, para quem viu o original, envolvem lutas com discos de luz e uma espectacular corrida de motos absolutamente magnífica de contemplar mostram em larga escala o potento visual aqui em uso em batalhas cheias de cor e luz repletas de vivacidade, em contraste com o ambiente escuro e arrepiante da paisagem! A banda sonora também não é novidade, esta a cargo dos famosos Daft Punk, cujas faixas electrónicas ajudam a manter o ritmo e assentam que nem uma luva neste mundo fantástico dirigido pelo estreante realizador Joseph Kosinski, mas que faz aqui um sólido e competente trabalho! O 3D claro está marca também presença, mas aqui não é tanto a sensação de coisas a saltar do ecrã, o uso aqui do 3D é com o mesmo objectivo de em 'Avatar', enriquecer visualmente o que nos é dado a ver. A juntar ao elenco está claro a bela Olivia Wilde mais conhecida da série Dr. House, no papel de Qorra,
    e que apesar do seu papel algo diminuto em relação à dupla de actores principais, tem no filme também uma forte performance. Destaque ainda para outra mais uma ou duas personagens principais, que apesar das suas breves aparências, contribuem para enriquecer a experiência. O filme arrasta-se talvez um pouco demais no tempo, e a segunda metade é sem dúvida mais "parada" do que a primeira, mas isso são meros pormenores.
    Em conclusão, 'Tron Legacy' é uma fantástica experiência cinematográfica que para ser devidamente apreciado se impõe uma ida a uma boa sala de cinema com equipamento de topo!
    Um verdadeiro "must see" para os apreciadores de ficção científica e que no fim, nos deixa a salivar por mais! Como classificação leva um 4.0 Bom/Aprovado!

    O melhor:
    - O bom desempenho de todos os actores, em especial de Jeff Bridges e Garrett Hedlund; a banda sonora; o fantástico mundo digital de cortar a respiração; os efeitos especiais!

    O pior:
    - Um pouco longo de mais em termos de tempo; a complexidade da história nem sempre clara para o espectador; a 2ª metade do filme mais passiva em termos de acção.

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  3. Bom, não vi o filme, mas fica a sugestão de quem quiser ver este e com uma "base de dados" para melhor compreensão, nada melhor que ver o primeiro... Como não vi o primeiro mas pretendo o ver, prefiro não ler a sugestão de explicação fornecida pelo Carteirista. Do filme, fica então um possível grande filme, sobre um tema e uma tipologia de filme que aprecio... e já agora, para quem vê House, a Olivia Wild é mais conhecida por "13", e sinceramente por Qorra até tive de ver na net para saber quem era... lol

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