(from wikipedia)
James Warren "Jim" Jones (
Crete, Indiana,
13 de maio de
1931 -
Jonestown,
18 de novembro de
1978) foi um líder de seita
estadunidense e fundador da igreja
Templo dos Povos (
Peoples Temple), e mentor do
suicídio em massa da comunidade de
Jonestown, na
Guiana, em
18 de novembro de
1978, com o resultado de 918 mortes, em sua maioria por envenenamento.
O Templo dos Povos
Em
1954,
Jones criou a sua própria igreja em uma área da cidade racialmente
integrada. O culto recebeu vários nomes até adquirir a denominação
definitiva de
Peoples Temple Christian Church Full Gospel (Templo dos Povos), em
1959.
Através do Templo, Jim Jones adquiriu notoriedade e apoio político e
da mídia em Indianópolis, contribuindo para por fim à segregação racial
em departamentos públicos, restaurantes e hospitais. Em
1960, o prefeito democrata
Charles Boswell
o nomeou como diretor local da comissão de direitos humanos. No
entanto, Boswell e Jones acabaram entrando em atrito quando o líder do
Templo foi agredido em uma reunião do
NAACP.
Família Arco-Íris
Jim e Marceline incentivaram a adoção de crianças de raças diferentes
pelos membros de sua igreja. Em 1954, começaram eles próprios a sua
Rainbow Family (família “arco-íris”) ao adotar Agnes, uma
nativa americana
de 11 anos. Nos anos seguintes, os Jones adotaram três órfãos de guerra
coreanos, um afro-americano (o primeiro a ser adotado por um casal
branco no estado de Indiana, em 1961) e um branco. O casal teve apenas
um filho biológico, chamado Stephen Gandhi Jones.
Jim Jones também foi atacado por
racistas
brancos, que fizeram sucessivas ameaças à sua vida e aos integrantes do
Templo, embora seja possível que o próprio Jones tenha manipulado
algumas dessas reações em favor de sua pregação político-religiosa.
A criação de Jonestown
Após denúncias motivadas pela deserção de oito jovens membros da igreja em
1973,
o grupo dirigente do Templo se fechou em torno de Jones e sua liderança
pessoal. A partir de então, relatos de ex-membros registram planos e
simulações de suicídio coletivo.
Em
1974, o Templo arrendou uma gleba de terra na Guiana, junto à localidade de
Port Kaituma, próximo à fronteira com a
Venezuela.
Ali Jones, com sua família, pretendia erguer o “Projeto Agrícola” do
Templo dos Povos, formando a comunidade informalmente denominada de
Jonestown. Os primeiros 50 residentes, transferidos da igreja em San
Francisco, chegaram em
1977.
No ano seguinte, já eram mais de 900 (dos quais 68% eram
afro-americanos). Ao mesmo tempo em que o fisco público fechava o cerco
contra a isenção de impostos usufruída pelo Templo, Jones se referia de
forma hostil ao governo dos Estados Unidos como o Anticristo, em rápida
marcha em direção ao
fascismo, e ao capitalismo como o regime econômico do Anticristo.
Além disso, pesaram contra Jones acusações de sequestro de crianças
de ex-integrantes que tinham abandonado o Templo. O próprio Jones foi
acusado de manter sob sua custódia John Victor Stoen, filho biológico de
Timothy Stoen, que deixara o Templo em 1977. Stoen apelou ao
congressista democrata
Leo Ryan, para apelar pela custódia do filho junto ao presidente guianense
Forbes Burnham.
Em novembro de 1978, o Congresso dos Estados Unidos autorizou uma
viagem de Leo Ryan para a Guiana (com a assistência de repórteres da
NBC,
para investigar as acusações de sequestro movidas contra Jones, bem
como informações de que os membros da comunidade em Jonestown viviam
miseravelmente.
Outras denúncias incluíam: 1) ameaças físicas e morais e mentais
diretamente aos membros da seita, separados de qualquer contato com suas
famílias; 2) tortura psicológica, com
privação de sono
e de alimentos; 3) exigência de entrega de propriedades e 25% da renda
de cada membro da seita; 4) interferências de Jones na escolha do
casamento e na vida sexual dos casais; 5) isolamento das crianças em
relação aos seus pais; 6) campanha constante junto à mídia para dar uma
impressão favorável e boa a Jones e ao Templo.
A tragédia
Ryan e sua comitiva foram recebidos calorosamente em Jonestown, em 17
de novembro de 1978, o que gerou um comentário positivo do congressista
a respeito das condições de vida na comunidade isolada na floresta.
Porém, no dia seguinte, a deserção de alguns membros da comunidade
(que quiseram se reunir ao retorno da comitiva) criou um clima de tensão
no local. Jones concordou com a saída, denunciando os desertores como
traidores, e à tarde, Ryan foi atingido por um ataque desferido com faca
e teve que apressar a retirada de Jonestown. Ao chegar à pista de pouso
do Port Kaituma, o avião que deveria levar Leo Ryan e sua comitiva foi
alvejado pela guarda (“Brigada Vermelha”) que fazia a segurança de Jim
Jones. Ryan, três repórteres e uma ex-integrante do culto de Jones foram
mortos. Foi a única vez em que um congressista dos Estados Unidos foi
assassinado no cumprimento do dever.
A última “noite branca”
Assim que chegou a notícia da morte de Ryan, à noite, Jones pôs em
prática o suicídio em massa de toda a comunidade de Jonestown, para o
qual já havia feito treinamento anteriormente (embora tenha dito que o
veneno não era real) em reuniões chamadas de “noites brancas”. Os
membros da comunidade foram induzidos a beber um composto líquido (na
forma de suco de sabor uva), contendo potássio, cloreto de cianeto e
substâncias sedativas. Os que eram pequenos demais receberam na boca ou
através de seringas.
A cifra final de mortos chegou a 918, incluindo mais de 270 crianças e quatro que se suicidaram no escritório da seita em
Georgetown. Mais de 400 corpos não identificados foram sepultados em
Oakland (Califórnia).
Nem todos os integrantes da comunidade morreram na tragédia. No
mínimo cinco membros conseguiram fugir ao cerco da guarda e fugir para a
floresta durante o ritual de suicídio coletivo que durou, segundo essas
testemunhas, cerca de 5 minutos.
O corpo de Jones foi encontrado junto ao pavilhão maior, com um tiro único na cabeça.
Conspirações
Após o caso, várias teorias conspiratórias surgiram. Os familiares
não tiveram acesso aos corpos dos seus entes queridos, que foram
imediatamente cremados. Há relatos de várias drogas que seriam usadas no
acampamento, sugerindo um grande programa de controle mental. Muitos
relacionam esse caso com o projeto ULTRA-MK da CIA. Este projeto
realmente existiu, mas até hoje não se pode comprovar a ligação dos
fatos.